A doença atinge cerca de 6 milhões de mulheres brasileiras e muitas só descobrem quando tentam engravidar e não conseguem. A endometriose não tem cura, mas com diagnóstico precoce e o tratamento correto, é possível superar a doença.
A endometriose é uma doença inflamatória que acontece quando o tecido que reveste o útero internamente, o endométrio, se expande para fora dele, chegando a lugares onde não deveria crescer.
Cerca de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva são vítimas da endometriose e uma das suas principais causas é que hoje as mulheres engravidam mais tarde e têm menos filhos, portanto, menstruam mais – cerca de 400 vezes contra 40 no início do século 20. Assim, há mais endométrio preenchendo a cavidade abdominal.
O estresse também é um elemento importante no desenvolvimento da doença, já que promove picos de adrenalina, substância associada à liberação de estrógeno, hormônio feminino que alimenta as células do endométrio fazendo com que cresçam mais rapidamente. Essas características somadas a fatores imunológicos, genéticos e ambientais, fazem da patologia a doença da mulher moderna. O mais assustador é que ela é hoje a principal causa da infertilidade feminina.
SINTOMAS
A endometriose é responsável por uma péssima qualidade de vida e pode manifestar-se, além da cólica menstrual que vai se agravando com o passar dos anos através de dor pélvica, dor na relação sexual, alterações urinárias, dor ao evacuar no período menstrual e dificuldade para engravidar.
DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO
Uma boa parcela das mulheres ainda demora muito tempo para ter a doença diagnosticada, o que pode ser fatal à evolução do problema. É importante ficar atento às queixas de adolescentes com cólicas incapacitantes, isto é, dor intensa que as impeça de exercer atividades normais, porque podem estar relacionadas à doença. O diagnóstico deve ser feito por uma boa avaliação clínica e ginecológica e através de exames de imagens como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, ressonância magnética e videolaparoscopia.
REPERCUSSÕES SOBRE A FERTILIDADE
A endometriose quanto mais avançada, maiores são as dificuldades para engravidar. Entretanto, acredita-se que, mesmo nos estágios iniciais, possa existir dificuldade para engravidar, possivelmente pela produção de substâncias inflamatórias que atuam na fertilização e implantação do embrião. Na endometriose avançada, existem aderências, acometimento das trompas, ovários e outros órgãos, como bexiga e intestino, ocasionando, sem dúvida, a diminuição expressiva da fertilidade.
TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE
Embora não exista cura para a endometriose, há opções de tratamentos, capazes de amenizar os sintomas e o problema da dor ou solucionar a infertilidade. O tratamento deve ser individualizado para cada caso, dependendo principalmente da idade da mulher, dos sintomas, extensão da doença e dos planos reprodutivos. O tratamento varia desde medicações hormonais, cirurgia e procedimentos de alta complexidade, como a fertilização in vitro.