Entre sonhos, carreira profissional, viagens, estabilidade financeira e maior acesso a métodos contraceptivos, a maternidade ocupa hoje uma das últimas posições no checklist da mulher moderna. Mas, será que essa independência pode interferir no desejo de ser mãe?
SIM. A Dra. Mila Cerqueira, explica que, infelizmente a natureza não é generosa com as mulheres quando o assunto é fertilidade. Com o passar dos anos, inevitavelmente, os efeitos do tempo são sentidos e mulheres e homens funcionam de forma diferente. A mulher nasce com aproximadamente dois milhões de óvulos. Na puberdade, esse número cai para 300 mil óvulos e, diferentemente dos homens que produzem os espermatozoides continuamente, as mulheres não produzem novos óvulos ao longo da vida. À medida que envelhecem, a partir dos 35 anos, além de reduzir a reserva ovariana, a qualidade dos óvulos também vai ficando comprometida e perdendo a capacidade de formar embriões geneticamente saudáveis.
E o homem nessa história?
Os dados atualizados mostram que 15% a 18% dos casais, do mundo, possuem problemas de infertilidade e não conseguem engravidar sem ajuda médica. Mas o homem também tem peso significativo nos casos de dificuldade de gravidez. Cerca de 35% das causas de infertilidade são femininas, 35% masculinas, 20% causas mistas e em 10 % dos casos, as investigações não chegam a conclusões definitivas, são as chamadas infertilidades sem causa aparente.
Opções de tratamentos:
Falhando em engravidar, o casal deve consultar um especialista em Reprodução Humana para investigar as causas e opções de tratamentos.
São eles:
Coito programado - utiliza-se medicamentos para estimular a produção de óvulos na mulher, programando a ovulação, aumentando assim as chances de engravidar; Inseminação intrauterina - consiste na colocação de espermatozoides preparados e selecionados no interior da cavidade uterina, por meio de um cateter apropriado no período da ovulação. Pode ser feita com sêmen do companheiro ou de um doador; Fertilização in vitro - é a técnica mais utilizada e com maior taxa de gravidez. É indicada nos casos em que a mulher tem alterações nas trompas, endometriose, problemas de ovulação, ou quando o homem tem número baixo de espermatozoides ou mesmo ausência deles no ejaculado, ou quando o casal já está tentando engravidar há algum tempo. Os ovários são estimulados com hormônios. Os óvulos são coletados e inseminados com espermatozoides no laboratório. Os embriões resultantes são colocados no útero da mulher.
Congelamento de óvulos é uma alternativa?
Quando a mulher chega na faixa etária de 30 a 35 anos e tem planos de ser mãe no futuro, mas não em curto prazo, o congelamento de óvulos é aconselhável. O congelamento de óvulos deve ser encarado como uma segurança a mais, porém não como garantia absoluta de gravidez. “Importante ressaltar que o congelamento de óvulos não pode ser motivo para postergar a maternidade. Nós congelamos óvulos, não gravidez” – explica a médica Dra. Mila.